quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

IGREJA E MOSTEIRO DE SÃO BENTO - PARTE 01/03



HISTÓRIA

Conjunto arquitetônico localizado no Morro de São Bento, testemunha privilegiada  da história da cidade, é um dos maiores patrimônios da arte colonial brasileira. Estabelecida no Brasil em 1581, na cidade de Salvador, a Ordem Beneditina atuou em diversas regiões do país; suas realizações arquitetônicas são tão expressivas que levaram ao reconhecimento do espírito de conjunto de suas construções como uma escola, a Escola Beneditina, em particular porque seus arquitetos e artistas pertenciam, quase sempre, à própria ordem.
Em 1586, dois monges, oriundos de Salvador, chegaram ao Rio de Janeiro, para aqui fundar a instituição. Frei Pedro Ferraz e Frei João Porcalho foram alojados inicialmente na hospedaria da ermida de Nossa Senhora do Ó (Nossa Senhora da Expectação do Parto da Beatíssima Virgem Maria), na região da atual Praça XV de Novembro. Receberam, em 1589, doação de uma porção de terras, pertencentes a Manuel de Brito e seu filho Diogo de Brito, na sesmaria do primeiro, compreendendo o morro chamado, na época, de Manuel de Brito. Nas terras doadas existia uma capela consagrada a Nossa Senhora da Conceição, erigida com autorização dos sesmeiros, por Manuel, o velho, e sua mulher Francisca da Costa, também doadas aos beneditinos, cuja invocação foi mudada pela Ordem, em 1602, para Nossa Senhora de Montserrat, designação mantida até hoje, apesar da tradição popular ter consagrado a denominação de Igreja de São Bento. Os doadores receberam, em contrapartida, o direito ao sepultamento no interior do templo e a celebração de missas em favor de suas almas.
Antes do estabelecimento no morro, que passou a se chamar São Bento, beneditinos franceses já tinham organizado, em 1560, na Baía de Guanabara, a primeira comunidade religiosa do Rio de Janeiro trazida por Nicolau Durand de Villegagnon. O estabelecimento, localizado  nas vizinhanças do Rio Iguaçu e entre Tamoios, teve curta duração: as casas e roças foram destruídas por incêndio e os padres, entregues aos franceses protestantes, retornaram com estes à França entre 1560 e 1561, sofrendo naufrágio ou lançamento ao mar durante a viagem.
Entre 1586 e 1587, foi iniciada a construção do Mosteiro, ao lado da primitiva ermida; a obra prolongou-se pelos dois séculos seguintes, em diferentes etapas.
Em 1617, Frei Palácio das Chagas obteve do engenheiro-mor Francisco de Frias da Mesquita, plantas para a igreja nova e para um novo Mosteiro. As obras foram dificultadas, durante o século, pelos ataques holandeses ao Brasil e por contratempos na produção agrícola das fazendas da Ordem, que recebera terras, em doação, na Barra de Inhomirim das Lages e na Barra da Tijuca, além do território da atual Praça Mauá. Entre 1620 e 1624 foi aumentada a construção primitiva e foi iniciada a obra da igreja nova. Entre 1676 e 1679 e 1685 e 1688, Frei Bernado de São Bento promoveu ampliação das edificações; em 1695, foram feitas novas construções, que determinaram a configuração atual do conjunto. A igreja foi inaugurada em 1641; entre 1652 e 1657, foi iniciada a torra, no lado da Epístola; em 1666 – 1669 foi construído o frontispício.
Todo o conjunto sofreu diversas ocupações militares: pelos corsários franceses de Duguay-Trouin, em 1711, e pelos governos coloniais e imperiais, situação explicada por sua posição estratégica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.