segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

IGREJA E MOSTEIRO DE SÃO BENTO - PARTE 02/03

ARQUITETURA (parte 02/03)


A fachada maneirista apresenta frontispício pesado, encimado por uma cruz e ladeado por duas torres, que terminam em cúpulas em forma de pirâmides. Na torre à direita, dois sinos de bronze conferem uma nota especial de delicadeza ao conjunto. À direita da igreja encontra-se a entrada para o Mosteiro. No nicho inserido no frontão que encima a portada coberta pelo alpendre direito, há uma imagem de São Bento, de 1651, de Frei Agostinho de Jesus.
Os grandes portões de ferro da igreja insinuam a féerie decorativa do seu interior. Ultrapassando-o, chega-se a galilé, com chão de mármore e desenhos geométricos, branco e preto, paredes guarnecidas por barras de azulejos coloridos, colocadas em 1880; o teto é em abóbadas de arestas, executado entre 1669-1671, por Frei Bernado de São Bento, alterando o projeto anterior de Frias. As portas de acesso a nave, em madeira trabalhada em motivos piramidais, são de Frei Domingos da Conceição da Silva, de 1671.
À entrada, logo após as portas, há um para-vento em talha dourada, com fundo vermelho, seguidos por altares laterais, consagrados a Santa Mechtildes (esquerda) e Santa Gertrudes (direita), trabalhados em talha por José da Conceição e Simão da Cunha, entre 1734 e 1737. A atenção do visitante é de imediata atraída pela capela-mor e pelo arco-cruzeiro, ricamente decorados com talha de Inácio Ferreira Pinto, entre 1786e 1800.
No altar-mor, destaca-se a imagem de Nossa Senhora de Monserrate, de Frei Domingos da Conceição, com 237 cm, curiosamente esculpida a partir da cadeira em que esta sentada; o menino Jesus em seu colo; tem o olho esquerdo vazado, detalhe que revela a antiga prática de preencher a cavidade ocular com ovos de passarinho. Existem ainda à esquerda e à direita do altar-mor, as monumentais imagens de São Bento e de Santa Escolástica.
Ainda na capela-mor, à entrada, estão dois anjos-tocheiros, cada um com 202 cm, obra de Simão da Cunha e Jose da Conceição, elaborada entre 1734 e 1737. O chão da capela-mor é de mármore, com finos desenhos geométricos e rosáceas. A talha dourada da capela-mor, sobre o fundo vermelho, é completada no teto, por pinturas de Frei Ricardo do Pilar, dedicadas principalmente e Nossa Senhora.
Nas laterais da igreja, encontram-se, ao todo, oito altares, do lado esquerdo, a partir do para-vento temos a primeira capela dedicada a São Caetano, em seguida, a de Nossa Senhora do Pilar, Santo Amaro e uma ampla e riquíssima capela dedicada ao Santíssimo Sacramento, isolada por grades de madeira trabalhada, toda revestida de talha dourada compondo um harmonioso conjunto rococó, com dois enormes anjos com luminárias ladeando o altar; substituiu a capela outrora dedicada a São Cristóvão, cuja imagem se encontra no Batistério.
Do lado direito, a partir do altar-mor, as capelas são dedicadas a Nossa Senhora da Conceição, São Lourenço, Santa Gertrudes e São Brás, todas também trabalhadas em talha dourada.
Na decoração do interior, sobressaem ainda, o órgão e o coro, que conta com peças preciosas de madeira, destacando-se a estante e os lampadários de prata, que iluminavam as capelas laterais, dois deles, os maiores, atribuídos ao mestre Valentim. As lápides dos benfeitores da instituição, ainda existente s no chão da nave central, são simbolicamente mantidas, pois o piso foi reformado em 1845 e as sepulturas e lápides abolidas.
A decoração atual, que provoca um verdadeiro turbilhão de emoções, em madeira talhada, dourada a ouro em folhas, exigiu setenta anos para a sua conclusão. Apesar de a concepção original ter sido seguida a risca, sente-se na execução, reflexo da evolução dos estilos de talha no Rio; o tema predominante é a folha de acanto, a videira e a coluna salomônica.
As diferentes gerações de entalhadores do São Bento incluem os nomes de Alexandre Machado Pereira (corpo da igreja, 1717), Mestre Valentin da Fonseca e Silva (lampadários de prata, 1782) e Inácio Ferreira Pinto (Capela-mor e Capela do Santíssimo, 1787 a 1800). No meio destas fascinantes contorções douradas estão distribuídas estátuas dos papas, arcebispos, reis, imperadores e dos santos beneditinos, de autoria de José da Conceição da Silva e Simão da Cunha.

 

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